sábado, 5 de janeiro de 2013

Tequila, o velocino de ouro e salada de frutas.

Eu tive uma cachorra linda quando eu era mais nova. O nome dela era Tequila. A Tequila era minha e dos meus irmãos, mas eu acho que a gente amava tanto a Tequila que a gente era um pouco dela também.
Eu e a minha irmã subimos a Pedra Bonita com um grupo, lá na subida, depois de horas de caminhada, nós fomos assaltadas. Foi tenso, apavorante e bem perigoso. Um bando de meninas e três assaltantes. Quando a gente voltou pra casa, a Tequila veio, sem correr lamber a minha mão e a da minha irmã. A minha irmãzinha, que é uma pessoa muito doce, estava terrivelmente abalada com o assalto. Eu, que tenho uma natureza mais indomável, mais inconformada, menos resiliente, estava transbordando raiva.
Tudo o que eu conseguia pensar era que eu queria que achassem os três rapazes. Eu queria eles presos. Queria ir olhar fotos na delegacia até achar os três assaltantes. Eu tinha doze anos. Não fazia sentido toda a história de ir na delegacia. Minha mãe é incrivelmente sábia e me ama indiscutivelmente do jeito que eu sou.  Ela me deixou gritar tudo o que eu podia. Me deixou chorar também, por que as vezes, a raiva é só um jeito que a mente encontra de sofrer sem derramar lágrima. Eu dormi. A Tequila dormiu debaixo da minha cama a noite toda. Uma husky siberiano imensa, cheia de calor passou a noite inteira enfiada debaixo de uma cama pra velar o meu sono. Por isso eu digo que a Tequila era minha também. Mesmo que ela fosse, na verdade, do meu irmão mais velho.

Eu adoro dizer: velocino de ouro. Não tem explicação. Não me perguntem por quê. Acho a história fantástica? Acho. Adoro mitos, provas, batalhas. Adoro pensar que um velocino de ouro pode ter movimentado tanta gente a fazer tanta coisa. E mais, gosto de pensar nas coisas que o ser humano fazia quando não existia a televisão.

Eu ando meio viciada em salada de frutas. Não parece uma informação relevante pra eu dar, assim, num Blog diário, mas pensem bem. Se eu resolver entrar numa vibe salada de frutas, quando eu vou descobrir que sabor de sorvete é o meu favorito?

Isso não é uma metáfora. Por tanto, em nome da continuação do meu Blog, pelo bem do meu projeto, sem ironia nenhuma: provei um picolé de uva da Kibon. Eu já tinha tomado picolé de uva da Kibon, mas hoje eu acho que ele estava muito melhor. Pode ser que eu estivesse de bom humor, naquela praia linda que é Grumari, mas posso dizer que adorei. Quem pode saber quem vai ser o sabor de sorvete vencedor? Só em 2014.

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